Revista Ensino Superior | Planejamento é ponte entre saúde mental e sucesso acadêmico
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Educação

Colunista

Josiane Tonelotto

Superintendente acadêmica do Centro Universitário Belas Artes

Planejamento é ponte entre saúde mental e sucesso acadêmico

A saúde mental está profundamente conectada às funções executivas, especialmente à capacidade de planejamento

Planejamento Planejar é competência essencial para o sucesso (foto: Shutterstock)

Janeiro costuma ser um mês emblemático. O início de cada ano nos convida a refletir sobre o que gostaríamos de realizar, mudar em nossas vidas, concluir  projetos pendentes ou até mesmo eliminar hábitos indesejados. Em maior ou menor grau, é um momento propício para o planejamento.

Nossa capacidade de planejar envolve a definição de objetivos, identificação de recursos, estabelecimento de etapas e estratégias necessárias para alcançar metas específicas em um período determinado. É uma competência essencial para o sucesso, pois exige antecipar cenários, organizar tarefas, priorizar ações e tomar decisões baseadas em análises e previsões.

Mas será que planejar é uma tarefa fácil? Nossos estudantes chegam à universidade com essa competência já desenvolvida? Apesar de ser um período de aumento da independência e maior exigência cognitiva, os jovens frequentemente ainda não possuem essa habilidade bem consolidada ao iniciar sua trajetória profissional. Isso se deve à interação de fatores neurobiológicos, psicológicos e contextuais.

Do ponto de vista neurobiológico, é preciso destacar que o córtex pré-frontal, responsável por funções executivas como planejamento, tomada de decisões e controle de impulsos, continua a se desenvolver até os 25 anos ou mais. Nesse período, a comunicação entre o córtex pré-frontal e outras áreas cerebrais, como o sistema límbico (envolvido nas emoções), ainda não está completamente refinada. A predominância do sistema límbico pode levar a comportamentos mais impulsivos e emocionais, comprometendo a capacidade de planejar de forma lógica e antecipada.

 

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Outro fator relevante é a maior sensibilidade a recompensas e à tendência de assumir riscos, influenciada por alterações nos níveis de dopamina. Isso frequentemente resulta em escolhas impulsivas e em foco no curto prazo, dificultando a elaboração de planos de longo prazo. Além disso, lidar com frustrações não é uma habilidade predominante nessa faixa etária, prejudicando a paciência necessária para implementar estratégias duradouras.

Essa etapa da vida também é marcada por desafios, como ingresso no ensino superior, maior número de responsabilidades, início da carreira, independência financeira e construção de novas redes sociais. Essas demandas podem sobrecarregar habilidades de planejamento ainda em desenvolvimento. Além disso, a busca pela identidade frequentemente desvia a atenção de planejamentos estruturados, privilegiando experimentações e experiências momentâneas.

Outro aspecto a considerar é o impacto da constante exposição à tecnologia e à cultura do imediatismo, que contribuem para a dificuldade da geração atual em desenvolver competências de planejamento. No entanto, planejar de forma eficiente é fundamental não apenas para o sucesso no mercado de trabalho, mas também para o equilíbrio emocional e a saúde mental.

 

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A saúde mental está profundamente conectada às funções executivas, especialmente à capacidade de planejamento. Transtornos mentais, como depressão, ansiedade, transtorno bipolar e esquizofrenia, têm um impacto significativo nessas funções. Por exemplo, na depressão, a capacidade de planejar e organizar pode ser comprometida devido a alterações no córtex pré-frontal e na conectividade neural com o sistema límbico. Já a ansiedade crônica prejudica a concentração e a priorização de tarefas devido à hiperatividade do sistema de alerta do cérebro, como a amígdala.

Por outro lado, déficits nas funções executivas podem predispor os indivíduos a problemas emocionais e comportamentais. Uma pessoa que enfrenta dificuldades para planejar pode se sentir sobrecarregada pelas demandas diárias, resultando em estresse crônico, sensação de fracasso e maior vulnerabilidade a transtornos mentais. Além disso, o controle impulsivo ineficaz pode levar a escolhas prejudiciais, como o uso de substâncias ou comportamentos de risco.

Esse ciclo bidirecional evidencia a importância de apoiar o desenvolvimento do planejamento durante essa fase da vida. Compreender essa interação é essencial tanto para profissionais da saúde quanto para educadores. Ao elaborar um plano de ensino, os docentes devem considerar essas questões e propor atividades que incentivem o planejamento consciente e orientado a propósitos claros.

 

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Professores são modelos de planejamento e execução e atuam como pilares fundamentais na formação de competências essenciais para a vida acadêmica, profissional e pessoal dos estudantes. Ao criar oportunidades para práticas de curto, médio e longo prazo, não apenas ensinam técnicas de organização e gerenciamento de tarefas, mas também cultivam habilidades como disciplina, autoconfiança e tomada de decisão. 

Ensinar os estudantes a planejar e executar é um processo que envolve mais do que transmitir conhecimento técnico; trata-se de instigar uma mentalidade estratégica e orientada para resultados, capaz de transformar ideias em ações concretas. Por meio de atividades práticas, projetos interdisciplinares e desafios reais, os professores incentivam os alunos a visualizar objetivos, identificar recursos, prever obstáculos e desenvolver soluções criativas. Decorre daí uma postura mais ativa e responsável, resiliente e proativa.

Não há dúvida de que esse legado é da sala de aula, local em que a prática pedagógica encontra sua dimensão mais transformadora: preparar pessoas para lidar com a complexidade do mundo atual. Assim, o compromisso com o planejamento transcende o ensino e se torna um dos maiores contributos da educação para a formação humana e social.

 

Por: Josiane Tonelotto | 16/01/2025


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