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Trecho de entrevista com Rebeca Natow, professora da Hofstra University, de Nova York; uma das presenças confirmadas no 23º Fnesp, que ocorrerá de 27 a 29 de outubro
Publicado em 21/09/2021
Rebecca Natow, professora assistente de liderança e políticas educacionais da Hofstra University , é especialista em políticas de ensino superior e métodos de pesquisa qualitativa. Natow pesquisou e escreveu sobre políticas federais e estaduais de ensino superior e processos de formulação de políticas e é autora e coautora de vários escritos, incluindo livros, documentos de trabalho e artigos acadêmicos. Aqui, ela ressalta que a educação a distância pode ser um dos motivos pelos quais as IES não irão morrer.
Leia: Instituições impactaram positivamente suas comunidades durante a pandemia
Ela é autora do livro Higher Education Rulemaking: The Politics of Creating Regulatory Policy , publicado pela Johns Hopkins University Press. Foi ela quem afirmou há algum tempo que as instituições de ensino não vão acabar, pelo contrário, se tornarão imprescindíveis para uma sociedade do conhecimento. Por e-mail, Rebecca Natow, uma das presenças no 23º Fnesp, concedeu entrevista à revista Ensino Superior. Confira trecho:
Há várias razões de não termos visto um fechamento em massa de faculdades nos Estados Unidos. Ainda há uma demanda de mercado grande para a educação superior. Os estudantes querem ter a experiência da faculdade, querem obter o diploma, e estão de olho também nas maiores oportunidades de emprego que o fato de ter uma faculdade propicia. Os pais costumam querer essas mesmas coisas para os filhos.
Além disso, em muitos casos, as instituições tradicionais de educação superior já existem há muito tempo – várias décadas e, em alguns casos, há cem anos ou mais. Elas têm raízes profundas em suas comunidades, contam muitas vezes uma vasta rede de apoio de alunos e geralmente são também grandes empregadores na sua região. Em nenhuma dessas instâncias as pessoas querem ver suas instituições falirem, portanto costumam tentar apoiá-las da maneira que seja possível.
As instituições de ensino superior costumam apoiar e receber apoio das autoridades eleitas que representam sua região, no congresso, na legislatura estadual e nos governos locais. Além disso, desde a década de 1990, o setor da educação superior tem exercido um lobby relativamente forte em Washington D.C. Assim, faculdades e universidades muitas vezes recebem apoio financeiro do governo.
Vimos isso recentemente nos Estados Unidos quando o congresso aprovou três pacotes de estímulo financeiro em 2020-2021, e a educação superior recebeu verbas substanciais de todos esses setores.
Uma mudança que imagino estar acontecendo no ensino e na aprendizagem da educação superior como resultado da pandemia é que haverá um uso bem maior da tecnologia educacional. Quando a covid começou a exigir que faculdades e universidades transferissem toda a sua programação para o modo online, os líderes da educação superior investiram muito tempo, dinheiro e energia em novas tecnologias educacionais e em treinamentos nessas novas tecnologias.
Agora que já fizeram esses investimentos, minha impressão é que as instituições de ensino superior passarão a usá-las de maneiras que irão expandir suas matrículas. Por exemplo, a educação a distância permite que as instituições matriculem estudantes localizados muito longe do campus. Portanto, expandir a educação a distância pode ajudar as instituições a aumentar suas matrículas.
Como os alunos e o corpo docente já tiveram agora a experiência do ensino e aprendizagem a distância, talvez fique mais fácil convencê-los de que expandir a educação nessa modalidade é algo positivo.
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