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Instituições de ensino revelam suas estratégias para engajar os alunos nas aulas remotas

O que o setor vem aprendendo durante a pandemia foi tema de um webinar realizado pelo Semesp que contou com reitores, pró-reitores, diretores e gerentes

Publicado em 19/08/2020

por Redação Ensino Superior

aulas remotas Hoje 46,4% dos professores já preferem uma mescla entre aulas remotas e presenciais. E na rede pública esse número sobe para 49,5%

Devido à pandemia, o primeiro semestre deste ano nas instituições de ensino superior que ofertam cursos presenciais foi marcado pela transição para aulas remotas. Precisavam entregar os cursos. Agora o desafio de boa parte é aprimorar essa modalidade, com metodologias que engajem o aluno, que foquem na qualidade do ensino e com avaliações adequadas para o momento a distância — cuja tradicional múltipla escolha já não é mais a ideal. Em webinar realizado pelo Semesp em 13 e 14 de agosto, pró-reitores, diretores e gerentes  de instituições como do Centro Universitário Faesa, Centro Universitário Toledo Prudente, , Unifenas, UniProjeção, Grupo Unis e Fecaf apresentaram suas experiências com o atual momento, às quais você confere a seguir.

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aulas remotas como engajar
Engajar o aluno nas aulas remotas ainda é um desafio (foto: Oluwakemi Solaja/ Unsplash)

Passados cinco meses da transição do modelo de aula presencial para o remoto, o Centro Universitário Toledo Prudente, localizado na capital paulista, se engaja agora em um projeto educacional que gere superexperiências em seus estudantes, para isso, com os professores abraçando as metodologias ativas. “Entendemos que os alunos já se acostumaram com as ferramentas tecnológicas. Para essas superexperiências, a gente está focando em formação continuada, apoio pedagógico e suporte tecnológico a nossos docentes. Dessa forma conseguimos pensar em um superdocente que entrega uma experiência diferenciada desde a ferramenta para a aula até os recursos utilizados”, explicou Leonardo Lepre, coordenador de inovação da Toledo Prudente.

Lepre destacou que as metodologias ativas fazem parte dessa formação continuada, uma vez que tendem a estimular os estudantes.

“O papel do professor passa a ser muito mais de um designer de seu processo de ensino do que em falar do conteúdo. O conteúdo fica como suporte do desenvolvimento e competências definidas pelo coordenador e professor.”

Na Toledo, cada educador teve a liberdade de adaptar a sua aula. “O foco é em ações. Quais as aprendizagens do aluno no meio desse percurso? Conteúdo é um meio para realizar o objetivo do aluno”, completou o coordenador. Para ajudar o professor a repensar a avaliação dele a ferramenta PROOF está sendo fundamental e o foco atual da Toledo.

Em março, quando a pandemia se intensificou no Brasil, os educadores do Centro Universitário Unifenas, com campi em Belo Horizonte, Campo Belo, Divinópolis, Poços de Caldas e Varginha, não estavam familiarizados com aulas remotas e tão pouco com ferramentas tecnológicas — realidade da maioria das instituições.

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Sendo assim, a Unifenas focou no desenvolvimento de seus docentes para o planejamento das aulas remotas se cumprir, o que de fato ocorreu. Encerrado o primeiro semestre, o pró-reitor da instituição mineira, Mário Sérgio Oliveira Swerts, disse que após questionários feitos com educadores e alunos, a instituição percebeu que precisa agora desenvolver outros tipos de metodologias, uma vez que os alunos sentem falta de atividades diferenciadas.

Localizado no Distrito Federal, o Centro Universitário Projeção decidiu que este ano as aulas não serão presenciais, mesmo quando forem liberadas. O reitor José Sérgio de Jesus enfatizou o desafio que foi migrar o modelo presencial para o remoto em uma semana e as dificuldades inicias com a pandemia. “Tivemos diversas turbulências: falta de aceitação dos alunos com a metodologia, onda de redução da mensalidade por acharem que tínhamos migrado para o EAD, o que não houve. Teve todo um processo de trabalho e adaptação ao longo do semestre.”

Os professores e alunos também tiveram que se adaptar aos recursos digitais. “A gente se ilude que as pessoas estão letradas digitalmente, mas não estão. Pessoas tiveram que se educar sozinhas. Mas ficou claro que não dominamos a tecnologia, nem os alunos da educação básica ao utilizarem recursos tecnológicos que não estavam habituados”, afirmou o reitor, cuja instituição também atende a educação básica.

Assim como as demais instituições que participaram do webinar, o Centro Universitário Faesa, do Espírito Santo, Vitória, realizou muitas formações de professores, voltadas, principalmente, a ferramentas de engajamentos. Pesquisas com os educadores e alunos também foram fundamentais para apontar os caminhos para essas formações, uma vez que o estudante apontou quais objetos de aprendizagem ele estava aprendendo mais e como estava a adaptação com as aulas remotas. “Também perguntamos ao professor qual ferramenta ele queria aprender. Com base nas necessidades dele e do aluno a gente ia para a formação de professores”, disse Juliana dos Santos, gerente de educação a distância da Faesa.

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Muito além do conteúdo

“O ensino superior precisa se reinventar para não perder a relevância. Percebemos que a educação vem passando por um processo de transformação bem lento. Veio a pandemia e mudou todo o rumo. Acelerou esses processos em poucos dias”, alertou o pró-reitor acadêmico do Grupo Unis, Ricardo Morais Pereira.

No webinar, Ricardo contou que o grupo está focado em promover vivências de aprendizagens para o aluno, visando que o mesmo agregue valor ao que lhe é oferecido. A reinvenção que o Unis aposta é em uma sala 4.0, no caso, “uma sala de aula que gere experiência e não só transmissão de conteúdo”, acrescentou o pró-reitor. Com a pandemia, o desafio é transformar virtualmente esse espaço. “Para isso temos que capacitar o professor, que é o elo entre a instituição e o aluno. Na capacitação com o professor trabalhamos técnica de transmissão para que o áudio e a imagem de suas aulas estejam bons. Tivemos um módulo sobre metodologias ativas em aulas online, outro módulo de ferramentas de colaboração”, contou Ricardo.

Lançada há cinco anos, a Faculdade Fecaf, em São Paulo, atua na mesma linha das demais instituições quando o assunto é abraçar práticas pedagógicas que engajem os estudantes. Tanto que desde 2016 adotou o projeto Google for Education, que por meio de metodologias ativas intensifica a união de tecnologia e educação.

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Sobre o atual momento, Samira Fortunato, vice-diretora-geral da Fecaf detalhou que a instituição está acolhendo os alunos. Tanto que foram eleitos professores padrinhos de turma que ligam para os estudantes buscando saber como eles e a família estão e sobre o acompanhamento das aulas remotas.

“Também enviamos por correio um certificado simbólico parabenizando o aluno por ter conseguido se manter no primeiro semestre.”

A Fecaf desenha uma grade de aula flexível para o estudante ter autonomia e escolher aquilo que lhe interessa. “E a cada competência desenvolvida nas disciplinas, a gente oferece uma microcertificação para já agregar valor ao currículo profissional do estudante”, defendeu Samira.

A saber, pesquisa feita recentemente pela Fecaf mostrou que apenas 18% de seus alunos querem voltar às aulas presenciais. Já 9,2% dos professores que dão aula em cursos presenciais desejam retornar às aulas de forma totalmente presencial.

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Autor

Redação Ensino Superior


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