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Internacionalização

EMI x EAP: o que é cada prática e como elas se distinguem

Inglês para Fins Acadêmicos e Inglês como Meio de Instrução são destaques deste artigo de Alberto Costa, de Cambridge Assessment English

Publicado em 23/09/2020

por Alberto Costa

emi-eap-internacionalizacao Foto: Envato Elements

O English for Academic Purposes (EAP) em tradução livre significa Inglês para Fins Acadêmicos e refere-se ao idioma e práticas associadas no ensino superior que os alunos precisam dominar para estudar ou trabalhar em inglês. No Brasil isso quer dizer frequentar uma instituição que possui ensino superior internacionalizado.

Leia: A internacionalização do ensino superior explicada em 6 tópicos

Já o English as a Medium of Instruction (EMI), como mencionado e aprofundado em textos anteriores, quer dizer Inglês como Meio de Instrução, que é basicamente se utilizar do idioma para transferir conhecimento de diferentes disciplinas, como ciências, matemática, geografia, engenharia, filosofia, dentre outras. O EMI permite, assim, a comunicação para promover conexões globais para a cooperação acadêmica internacional.

EMI EAP internacionalização
Foto: Envato Elements

A diferença

Diferente do EMI, que pode ser entendido como um facilitador da compreensão do conteúdo na língua estrangeira, o EAP não é um meio de instrução. O Inglês para Fins Acadêmicos é um tipo de ESP — Inglês para Fins Específicos – sobre o qual já falamos de forma breve em um texto anterior, a respeito de suporte aos alunos, e pode ser lido na íntegra aqui.

De forma prática a diferença está no fato de que o EMI é um meio de instrução usado para lecionar em diferentes cursos no ensino superior internacionalizado, onde o professor utiliza de técnicas para ministrar o conteúdo específico que precisa ser passado para o aluno, como se fosse o mediador entre o estudante e o conhecimento em outro idioma. 

Leia: Como as universidades podem apoiar a internacionalização da carreira de pesquisador

Já o EAP tem foco nas atividades de rotina que o aluno precisará executar em sua vida acadêmica e não no conteúdo do curso como um todo. Por exemplo, pode ser que um determinado grupo de alunos precise liderar determinadas conversas e reuniões em salas de bate-papo acadêmicas, sendo assim, o discurso (e suas especificidades como léxico, pronúncia, grau de formalidade, etc. inerentes ao contexto) são habilidades específicas que eles precisam desenvolver em inglês.

Parceiros

É justamente nessa parte que o professor que leciona essa prática — o EAP — entra em ação. Ele faz a análise de necessidades do grupo e trabalha de forma direcionada no que os alunos precisam. Trabalhando jargões acadêmicos específicos, meios de fazer perguntas, ortografia e produção de texto, já que os estudantes vão usar essas habilidades ao desempenhar suas funções.

Ou, no caso de um grupo de alunos que precisa apresentar determinados resultados de uma pesquisa, são trabalhadas habilidades como oralidade e construção de apresentações. Os objetivos das aulas de EAP serão sempre voltados para a necessidade daquela turma. Ou seja, uma sala de aula nunca é igual a outra ou estuda um mesmo conteúdo padronizado.

Sendo assim, o Inglês como Meio de Instrução (EMI) e o Inglês para Fins Acadêmicos (EAP), portanto, podem andar juntos no ensino superior internacionalizado. Um docente pode usar o EMI para lecionar, enquanto leciona também no modelo EAP para determinados grupos de alunos, já que o EAP tem foco em como o aluno vai usar a língua estrangeira na rotina de sua vida acadêmica.

*Aberto Costa é Senior Assessment Manager de Cambridge Assessment English, departamento da Universidade de Cambridge especializado em certificação internacional de língua inglesa e preparo de professores.

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Autor

Alberto Costa


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