Colaboradores do Lyceum, Unicesumar e Instituto Singularidades comentam sobre EAD, ensino híbrido e os desafios do setor
Publicado em 02/07/2020
Gestão e currículos nas IES foi tema de um webinar realizado hoje, 1, entre a plataforma Ensino Superior e o Lyceum, empresa de sistemas para a gestão educacional. Fabio Cespi, diretor do Lyceum, Chrystiano Costa Mincoff, diretor executivo de operações da Unicesumar e Marcelo Ganzela, coordenador do curso de Letras no Instituto Singularidades falaram sobre transformações e tendências aceleradas com a chegada da pandemia. A mediação ficou por conta do editor da plataforma, Edimilson Cardial. Confira a seguir os principais pontos debatidos.
Leia: Taxa de inadimplência anual deve ser a maior em 15 anos
O diretor da Unicesumar alertou que a instituição já está no processo de captação das aulas para o segundo semestre e que não há muito problema com o EAD, já com o presencial sim. Para Chrystiano Mincoff, a fama negativa que a modalidade a distância carrega tende a se enfraquecer. “Claro que há instituições que contribuem para essa visão, mas já tivemos cursos exclusivamente EAD com nota 5 no Enade”, defendeu. A saber, a Unicesumar possui 200 mil alunos a distância, modelo que passou a oferecer há 15 anos. “Nesse tempo o formato foi mudando, encolhendo. Antes a aula era muito parecida com a presencial, só que isso foi se transformando”, disse.
O fortalecimento da educação híbrida foi consenso entre os palestrantes e Fabio Cespi destacou que uma parte das instituições de ensino superior já utilizavam ferramentas tecnológicas para aprendizagens, mas um grande grupo ainda não. “O pessoal está correndo atrás de investimentos que deixaram de fazer no passado. O setor está um pouco assustado. Essa mudança veio muito rápida e pegou muita gente de surpresa”, disse, que acrescentou: “vivemos um momento ímpar e, como tudo, também traz oportunidades, sobretudo para aqueles que forem mais rápidos e inteligentes. É o princípio de Darwin, sobrevive aquele que melhor se adapta à realidade”.
Cespi salientou ainda que os reitores estão muito preocupados com o caixa, o que significa um alerta para a inadimplência. Por isso, dentro do Lyceum foram criadas algumas parcerias, por exemplo, com escritórios de cobranças para dívidas de alunos. Há também uma forte demanda em automação e digitalização de documentos, entre outros projetos.
Leia: Universidades precisam se reinventar e buscar inovações disruptivas
Sobre a possibilidade de fechamento de pequenas instituições de ensino por insustentabilidade financeira, Fabio, que é da área de tecnologia, mas por estar em contato direto com gestores educacionais acaba tendo um panorama do setor, alertou: “as IES pequenas, que atuam com nicho, que têm público definido, correm baixo risco de fechar. Mas as que não buscam diferenciais ficarão estranguladas financeiramente, podendo gerar perda de qualidade. As instituições precisam buscar qualidade e diferenciação de oferta para manter seus alunos”.
Como mensurar a aprendizagem em um contexto de pandemia e como provocar o aluno para ele dar sinais e o professores conseguirem mapear se ele está aprendendo ou não no modelo digital foi uma questão refletida por Marcelo, coordenador do curso de Letras do Singularidades. “Também precisamos começar a pensar como lidamos com o tempo, seja no trabalho e cotidiano e o que é essencial na vida de cada um”, aconselhou.
Com a pandemia, vão sobrar prédios de faculdades
O futuro das instituições de ensino superior pequenas passa pela cooperação