Revista Ensino Superior | Equidade na educação sob a ótica do professor
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Educação

Colunista

Simone Bergamo

Simone Bergamo é diretora-acadêmica do grupo Ser Educacional

Equidade na educação sob a ótica do professor: compreender diferenças é passo fundamental

O respeito às diferenças, contrário à discriminação ou qualquer atitude de exclusão, deve ser parte do processo formativo e base fundamental do docente e onde se alicerçam as relações com os discentes e comunidade acadêmica.

equidade ação pedagógica do professor deve ser compatível com as múltiplas transformações em andamento na sociedade

Diversidade e inclusão transformaram-se em pautas cotidianas na agenda da sociedade e do mercado corporativo. No setor educacional não deve ser diferente. Por isso, é essencial que possamos, de forma contínua, refletir sobre a educação dentro desse cenário, sobretudo quando tratamos de mudanças sociais, psicológicas e comportamentais advindas desse processo de mudanças, em parte decorrentes das diferentes possibilidades de interação existentes, em grande parte, pelo avanço da tecnologia e da informação. Esse exercício de reflexão é indispensável para que o docente desconstrua eventuais preconceitos e tenha chance de aprimorar a sua capacidade de lidar com a diversidade e a inclusão no seu cotidiano de sala de aula.

Antes de tudo, é absolutamente indispensável reconhecer a complexidade da docência. Não é fácil, especialmente nesse século, marcado pelos avanços tecnológicos, lidar com a subjetividade dos alunos, suas diferentes linguagens, formas de interagir nas relações interpessoais e criar vínculos que possibilitem o ambiente necessário para a aprendizagem. 

Felizmente, o fazer pedagógico docente evoluiu. A sala de aula deixou de ser um espaço convencional. Passou a ser um ambiente de integração de saberes e compartilhamento de novos saberes, um local de construção de conhecimentos, domínio científico e profissional e de desenvolvimento das relações socioemocionais. E isso amplia, ainda mais, a necessidade de dedicar ainda mais atenção, nesse ofício, a temas como igualdade e equidade para além do conhecimento didático e sobre a sua área de atuação.

Equidade e igualdade

É importante ressaltarmos que equidade é diferente de igualdade. A equidade na educação está associada diretamente ao processo de compreender os diferentes contextos da vida, seja dentro ou fora dos muros da escola.  Vale recordar, aqui, uma das metas para educação de qualidade do documento “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” da Organização das Nações Unidas (ONU): “Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida  para todos”.

Portanto, quando nos referimos à equidade na educação, buscamos a compreensão dos diferentes contextos dos quais nossos alunos fazem parte e o resultado das desigualdades no processo educativo. Desse modo, é valioso destacarmos o papel do professor para incentivar e apontar caminhos em direção à equidade, a partir do processo de ensino e aprendizagem. 

Leia: Disparidades acadêmicas em sala de aula

Sabemos que o nosso pensamento crítico, relacionamentos e crenças são construídos desde a infância e em sala de aula também, numa troca constante de conhecimento e construção da própria identidade. É justamente esse o poder transformador da educação, que perpassa toda prática docente no desenvolvimento  de gerações e, logo, de equidade.

Logo, o respeito às diferenças, contrário à discriminação ou qualquer atitude de exclusão, deve ser parte do processo formativo e base fundamental do docente e onde se alicerçam as relações com os discentes e comunidade acadêmica. É o que denominamos de equidade na educação, ao oferecermos educação de qualidade, respeitando as diferenças étnico-raciais, religiosas, socioeconômicas, de sexualidade e de gênero. 

Entretanto, será que os docentes na sua formação são preparados para lidar com essa diversidade? E como pautar a sua ação pedagógica respeitando as características, especificidades de cada aluno?

Ação pedagógica

De antemão, devemos pensar a sala de aula como um espaço de convivência de pessoas de diferentes perfis e a relação professor-aluno precisa ser dialógica, ou seja, possibilitar ao aluno expor suas ideias, opiniões, convicções. É imprescindível um ambiente de respeito mútuo, de plena inclusão, entre todos em sala de aula, para a troca de conhecimentos sem os quais não há aprendizado. E o docente, sempre vale observar, é um mediador indeclinável nesse processo coletivo de construção de saberes.

Partindo dessa premissa, a ação pedagógica do professor deve ser compatível com as múltiplas transformações em andamento na sociedade. Seu ofício exige um ajuste dos conteúdos de sua disciplina a novos métodos e atividades que possam favorecer a construção de conhecimentos necessários para a formação dos seus alunos. Não apenas para se converterem nos profissionais demandados pelo mercado de trabalho, mas principalmente para que tenham elementos éticos que os ajudem a serem pessoas ativas nesse processo de transformação e inclusão social.

Ainda nos referindo à ação pedagógica do professor voltada para a equidade, o respeito às diferenças, podemos citar o educador e filósofo Paulo Freire (1921-1997) no livro “Pedagogia da Autonomia” (Editora Paz e Terra, 1996):

“Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação.  É próprio do pensar certo a disponibilidade ao risco, a aceitação do novo que não pode ser negado ou acolhido só porque é novo, assim como o critério de recusa ao velho não é apenas o cronológico. O velho que preserva sua validade ou que encarna uma tradição ou marca uma presença no tempo continua novo. Faz parte igualmente do pensar certo a rejeição mais decidida a qualquer forma de discriminação. A prática preconceituosa de raça, de classe, de gênero ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia”.

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O ambiente educacional requer convivência harmoniosa. Para que os alunos e colegas possam desenvolver uma postura capaz de lidar com diferentes pensamentos, opiniões, princípios e valores que, eventualmente possam ser, em algumas situações, até diferentes dos nossos, é definitivamente vital estimular comportamentos positivos, de resiliência e empatia. 

Inclusão e respeito à diversidade, por fim, mas não menos importante, são feitas do dia a dia. A solidez de propósitos está na consistência e coerência. Pequenos gestos importam.

*Simone Bergamo é diretora-acadêmica do grupo Ser Educacional

Leia também – Educação, luta e utopia: a caminhada para a transformação de Heliópolis em um bairro educador

Por: Simone Bergamo | 26/07/2022


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