NOTÍCIA
A Educajobs conta com quatro professoras e um gestor acadêmico que conectam educadores a empresas. A ideia surgiu após notar que os sites de recrutamento não olham para o profissional da educação
Publicado em 30/08/2019
No final do ano passado, quatro professoras universitárias e um administrador acadêmico passaram a fazer parte do time dos desempregados, que hoje já chega a 12,6 milhões no país. Os cinco eram da mesma instituição de ensino superior e ficaram surpresos com o ocorrido.
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A primeira medida foi correr para as plataformas de emprego, onde Juliana Primi, professora de português com experiência em coordenadoria de pós-graduação, pesquisa e extensão, esperava encontrar eficiência. “O LinkedIn não é para o mundo educacional, é para o mundo corporativo. Me inscrevi como coordenadora de pesquisa, mas o LinkedIn me apresentava vagas ligadas à pesquisa de mercado, voltadas ao marketing, sem relação com as áreas cientifica e acadêmica”, critica Primi.
Cansada de encontrar vagas distantes de seu perfil profissional – um site chegou a lhe sugerir uma posição para professor de pilates –, a docente transformou o problema em solução e convidou seus colegas desempregados para a criação da Educajobs, startup de recrutamento e seleção exclusiva para profissionais de educação, incluindo administradores que atuam na área acadêmica.
“Quem está há muito tempo como gestor, gerente e diretor de escola ou faculdade sabe que é um meio muito próprio. Educação é um setor muito específico e nem sempre há vagas adequadas ao perfil dos candidatos administrativos”, explica Primi.
A Educajobs teve seu esboço em janeiro deste ano e será oficialmente lançada em setembro, no 21º Fnesp, maior fórum de ensino superior da América Latina. O objetivo da plataforma é conectar educadores não só ao ensino superior e educação básica, mas a editoras, startups de educação, escolas de idiomas e demais áreas que procurem esses profissionais.
O negócio idealizado por Juliana Primi possui um espaço para o candidato divulgar seu Currículo Lattes, tão importante no mundo acadêmico, mas deixado de lado em outras plataformas.
Outro ponto interessante é o incentivo à pluralidade dentro das empresas e a isonomia salarial. A cofundadora confessa que falta negros no mercado de trabalho educacional.
A inscrição na plataforma é gratuita, mas há pacotes com valores mensais que incluem consultoria de currículo e avaliação comportamental. Para o futuro, Luis Eduardo Pellon, cofundador da Educajobs e que carrega uma trajetória como administrador e coordenador de planejamento acadêmico, revela que a equipe espera oferecer cursos de capacitação online e transformar a plataforma em um espaço de debate que gere soluções educacionais para o país.
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