NOTÍCIA
Instituto Semesp e Workalove Editech realizaram pesquisa com estudantes de cursos de graduação em TI e recrutadores da área e detectaram contradições entre formação e mercado
Publicado em 07/08/2023
Por que o ensino superior não é a principal fonte de formação dos profissionais de TI? Essa foi a pergunta que a pesquisa realizada pela Workalove Edtech e o Instituto Semesp buscaram responder; 418 estudantes de cursos de graduação em tecnologia registraram seus sentimentos em relação à formação e carreira profissional na área de TI e 109 recrutadores foram ouvidos. A pesquisa faz parte da série O que os alunos realmente pensam sobre o ensino superior, que trará mais dados para o setor, estará concluída até setembro e será apresentada no Fnesp.
Fernanda Verdolin, CEO, e Lívia Ramazzoti, consultora acadêmica, ambas da Workalove Editech, contam que, diferentemente dos dados gerais sobre o ensino superior no Brasil, que evidenciaram alta evasão de alunos dos cursos de TI, os entrevistados não pensam em desistir dos cursos. “Esses estudantes apontaram principalmente a afinidade com a área e alto índice de empregabilidade como as maiores vantagens de seguir na carreira de TI”, afirma Lívia. Dos 202 estudantes calouros em graduação de tecnologia, 72,3% não pensam em desistir; entre os 151 veteranos, são 62,3%, e entre os concluintes, 63,5%.
O curso de análise e desenvolvimento de sistemas é o mais citado. Os EAD disparam: 83,2% dos calouros, 80,1% dos veteranos e 82,1% dos concluintes cursam a modalidade. Entre as dificuldades acadêmicas, a complexidade dos conceitos e conteúdos técnicos são as mais citadas entre os veteranos e concluintes, que também consideram desafiadores os componentes curriculares de matemática e física.
Os estudantes demonstram a convicção de que, uma vez formados, estão aptos ao mercado de trabalho. Mas não é o que os 109 recrutadores ouvidos pensam. “Eles indicam que a graduação não contempla todos os requisitos que buscam em um profissional. As certificações externas vêm com tudo para complementar a formação técnica desses estudantes, que já começam a indicar interesse por cursos complementares.”, comenta Lívia.
Competências comportamentais também são relevantes. A falta delas, somada à deficiência técnica, é citada por 54,9% dos recrutadores para justificar o não preenchimento de vagas em TI. “Os estudantes ainda enxergam o diploma como indispensável, enquanto o mercado indica a grande necessidade do conhecimento técnico, independentemente de onde foi adquirido, além de apontarem a busca por habilidades socioemocionais nos candidatos no momento da contratação.”
Esta matéria faz parte da edição 277 da Revista Ensino Superior. Seja um assinante e tenha acesso à íntegra da edição.