NOTÍCIA
Especialista de Cambridge Assessment English tira as principais dúvidas dos gestores educacionais em relação à inserção das instituições no mercado global
Publicado em 13/12/2019
Mais um ano letivo chega ao fim e com ele nossa primeira temporada de materiais a respeito da internacionalização do ensino superior no Brasil. Durante nossa jornada foi possível esclarecer alguns pontos – tanto teóricos quanto práticos – que ajudam no pontapé inicial da internacionalização de uma instituição de ensino e no processo de sustentabilidade do projeto.
Se você deixou escapar algum conteúdo, gostaria de recapitular um certo conceito ou tenha restado dúvidas, dessa vez preparamos uma lista de perguntas frequentes sobre o tema que pode ajudar a clarear o pensamento durante esse período que muitas vezes é focado no planejamento das metas futuras. Confira nossa retrospectiva:
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Conceitualmente nós podemos nos apoiar na definição de diversos estudiosos. Uma delas foi formulada pela professora doutora do Instituto de Estudos em Educação da Universidade de Ontário, Jane Knight, que diz que a internacionalização da educação superior é o processo de integração de uma dimensão internacional, intercultural e global sobre os objetivos, ensino, aprendizagem, pesquisa e serviços de uma universidade ou de um sistema de ensino superior.
Mas o que isso quer dizer exatamente é o que parece que todos estão se perguntando. Na verdade, não é possível definir o que é correto dentro da internacionalização do ensino superior, mas na prática ela consiste na articulação da instituição no contexto mundial ao adotar práticas e iniciativas que abrem novos espaços para a projeção internacional e para a vinculação com redes acadêmicas, além de consolidar valores como a cooperação e a solidariedade na cultura institucional.
Esse foi o nosso primeiro material na coluna mensal aqui da Ensino Superior, nele você pode achar mais exemplos e uma explicação mais detalhada sobre o movimento.
Na prática e bem objetivamente a internacionalização pode ser explicada pela “adequação” da instituição ao contexto mundial no momento em que ela adota práticas e iniciativas que abrem novos espaços para a projeção internacional e para a vinculação com redes acadêmicas, além de consolidar valores como a cooperação e a solidariedade na cultura institucional.
E, na verdade, não existe uma fórmula mágica de como iniciar exatamente esse processo, mas sim algumas ações que podem orientar de forma mais clara o início dessa jornada de mudanças na instituição.
Nesse sentido, é muito importante entender também o que não caracteriza a prática, como ações superficiais ou isoladas de intercâmbio de pesquisadores acadêmicos. O êxito de um projeto bem planejado e executado está na definição dos objetivos a serem atingidos a partir dos pontos chave da internacionalização. Alguns dos pontos de reflexão que podem ajudar a implantação do processo podem ser conferidos aqui, no nosso segundo material para o portal.
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O EMI ou English as a Medium of Instruction na tradução literal significa inglês como meio de instrução e refere-se ao uso do inglês na oferta de disciplinas ou cursos de graduação e pós-graduação. Essa é uma prática que vem crescendo com rapidez no mundo, principalmente nas nações que buscam a globalização por meio da educação bilíngue ou internacional. O grande diferencial que faz com que a sala de aula se engaje em torno de um assunto está sempre na metodologia do professor. É essa habilidade que permite que ele transmita seu conhecimento de uma maneira que fará com que os estudantes entendam e o absorvam enquanto aprendizado. O papel do professor nesse sentido também é de extrema importância e aqui nós fizemos uma reflexão a respeito do EMI e qual a sua relação com a capacitação de professores.
A política de idiomas é um dos alicerces que devem integrar o processo de internacionalização. Por essência, ela é um documento de alto nível que define padrões para o ensino de línguas, fornecendo um plano estratégico para seu desenvolvimento.
É importante ressaltar que ela por si só não é a internacionalização, mas faz parte do ecossistema que a compõe. E apesar de ter uma definição de fácil entendimento, sua elaboração ainda é muito nebulosa para algumas instituições.
As políticas de idioma servem para orientar as universidades não apenas durante o processo de implantação da internacionalização do ensino, como também na fase seguinte. É a partir dela que são estabelecidas metas para o ensino e definidas quais atividades serão necessárias para alcançá-las. E essa é a base para definição de parâmetros que permitirão monitorar sistematicamente o progresso em direção aos seus objetivos. Nesse material aqui ela é discutida e mais detalhada em seus tópicos principais.
Depois de conhecer os pontos técnicos principais da educação internacionalizada, é importante ouvir sobre boas práticas e modelos a seguir, sejam eles dentro ou fora do país.
Quando falamos de instituições de fora do país, bons exemplos a serem citados são as célebres Harvard University e Chicago University, grandes referências em internacionalização do ensino superior. O programa de MBA Chicago Booth é um case: com campus fora do país (em locais como Hong Kong e Londres), seu approach é totalmente voltado para a formação de executivos globais, sempre incluindo os aspectos internacionais em seus programas de formação.
De fato, no exterior os processos de internacionalização já são bem mais avançados que os tímidos movimentos observados no Brasil, mas nós estamos nos esforçando cada vez mais para não ficar de fora das tendências mundiais. Esse é o caso da Unievangélica, que fica no interior de Goiás, e destaca-se por um projeto que foi iniciado em 2014.
O programa de pesquisas conjuntas é uma das iniciativas que mais se sobressai dentro da universidade: a colaboração de professores e alunos de agronomia com colegas portugueses da Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro para pesquisar quais substratos são menos agressivos ao meio ambiente no plantio de soja e feijão é um dos temas que estão em mais evidência dentro desse programa.
Aqui nós falamos um pouco mais sobre os cases internacionais e aqui a respeito dos nacionais, vale a pena conferir.
Em um mundo ideal, quando o aluno ingressa na instituição que adota um currículo internacional, o recomendado é haver um teste de admissão, seja ele uma prova de nivelamento de inglês ou até mesmo um exame de proficiência isento. Isto vai conferir para a instituição o conhecimento do cenário do grupo que está ingressando e para os alunos a chance de acompanhar mais objetivamente o seu desenvolvimento.
Só que o contexto do Brasil é diferente. Pelo fato do País ainda estar iniciando o processo de internacionalização do ensino superior e também pelo nível de proficiência dos alunos brasileiros, que muitas vezes não é tão alto quando comparada a outros países, ainda não é comum que as instituições exijam um nível específico mínimo de domínio de inglês para o ingresso nos cursos. Isso faz com que haja uma gama muito diversificada de níveis na mesma sala de aula.
Então, para entender se esse suporte está suprindo as necessidades dos estudantes e avaliar o progresso do currículo da instituição o ideal é que as universidades apliquem periodicamente exames de diagnóstico. Esse instrumento pode ser o mesmo para todos os cursos, adotado e padronizado pela faculdade. Aqui nós trazemos uma reflexão mais profunda a respeito da mensuração do currículo.
Alberto Costa é Senior Assessment Manager de Cambridge Assessment English, departamento da Universidade de Cambridge especializado em certificação internacional de língua inglesa e preparo de professores.
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