Colunista

Instituições impactaram positivamente suas comunidades durante a pandemia

IES transformaram seu entorno na pandemia dando acesso à alimentação de qualidade, otimizando a rede de saúde local e auxiliando na saúde mental de muitos

Pandemia comunidade Foto: Envato Elements
Pandemia comunidade
Foto: Envato Elements

Além do problema da doença em si, a pandemia agravou as desigualdades e abriu brechas para diversas questões como a saúde mental. Foram exatamente nesses aspectos que algumas instituições de ensino superior passaram a dedicar seus esforços no propósito de atenuar seus impactos na sociedade e atrelar tais atividades com o modelo de aprendizagem ativa, como é o caso do projeto Campo Favela (CF), da professora Carla Ramos, Phd em administração e professora assistente de marketing, pelo Insper Instituto de Ensino e Pesquisa.

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Em funcionamento desde o início da pandemia, em março de 2020, numa realização de cinco professores de áreas distintas do conhecimento na instituição, o CF surgiu para solucionar a dificuldade de acesso a alimentos frescos e saudáveis nas favelas brasileiras. Dentro dessa ação, o projeto “cria laços diretos e sustentáveis entre dois elos frágeis da cadeia de suprimentos de alimentos: pequenos agricultores e as famílias em situação de vulnerabilidade”, explica Ramos.

Por meio de doações captadas na iniciativa privada, são compradas frutas, verduras, legumes e ovos da produção de pequenos agricultores afetados pelo fechamento dos comércios e outros locais para os quais forneciam antes da pandemia. Esses alimentos são distribuídos via associações sem fins lucrativos, para famílias de baixa renda, em várias cidades do Brasil. Nele, trabalham voluntariamente toda a comunidade Insper, incluindo professores e mais de 300 alunos de diferentes cursos de graduação e pós-graduação.

Campo favela beneficiou 101 mil famílias em situação de vulnerabilidade

“A criação e implementação deste projeto social real, foi uma oportunidade única de ensino hands-on-approach, que resultou no aperfeiçoamento do sistema de aprendizado no Insper”, conta a professora Carla Ramos. Além disso, o projeto tem um caráter contínuo de aprendizado, já que está sendo usado em projetos de pesquisa acadêmica nacional e internacional.

Para se ter uma ideia do alcance e do impacto do Campo Favela, basta observar os números: em 2020 foram arrecadados R$ 3 milhões, o que possibilitou a entrega de mais de 873 mil quilos de alimentos saudáveis para mais de 101 mil famílias e beneficiando direta e indiretamente 1.500 agricultores familiares. Neste ano, até o momento, já foram arrecadados mais de R$ 1 milhão.

Esse é um dos projetos que concorrem ao Prêmio de Inovação Gabriel Mario Rodrigues, como parte do seminário o Futuro do Ensino, que acontecerá amanhã, 19, e também 20 de agosto, um evento de parceria entre o Semesp e o Consórcio Sthem Brasil. O projeto Campo Favela concorre pela modalidade “ações junto à comunidade”, disputando na categoria educador (trabalhos inscritos por professores e gestores, em caráter individual), contra os outros dois projetos a seguir.

Saúde em movimento

A parceria entre a Faculdade Pitágoras de Governador Valadares, em Minas Gerais, com a rede de saúde local, reestruturou a rede de reabilitação pós-covid-19 no município. Realizado pelos alunos do 4º período de enfermagem e fisioterapia, o programa consiste em orientação e encaminhamento para tratamento de pacientes que já tenham sido hospitalizados pela doença e apresentaram sintomas como cansaço, por exemplo, após a alta.

Por meio de uma relação com nome e número de telefone desses pacientes, os alunos entram em contato com eles e realizam a triagem dividida em atenção primária (apenas orientações) e secundária (os que precisam de reabilitação). Desde o contato telefônico, passando pela triagem e tratamento, tudo é feito pelos alunos. “Mais de 200 pessoas já estão sendo tratadas nessa parceria que já conseguiu reestruturar a rede de reabilitação do município”, conta a fisioterapeuta e professora na Faculdade Pitágoras, Sabrina Morais, que inscreveu o projeto.

Tuiuti Acolhe

Também desenvolvido em março de 2020, o projeto Tuiuti Acolhe trata-se de uma ação multidisciplinar que já fazia parte da extensão da Universidade Tuiuti, no Paraná. “Com o sucesso, acabou se tornando um programa social com o objetivo de acolher e orientar os alunos e colaboradores da universidade, em relação aos sintomas físicos e emocionais decorrentes da Pandemia da covid-19”, explica a coordenadora de pós-graduação em neuropsicologia, Rita de Cássia Uhle.

Uhle fala da inovação do projeto pelo fato de nunca ter sido criado algo de dimensão semelhante nesse âmbito, com atuação de diferentes cursos além da psicologia. Participam dele alunos de fisioterapia, nutrição e biomedicina, entre outros que, de forma multidisciplinar, produziram conteúdo digital e gratuito como e-books e vídeos, com o objetivo de ajudar a comunidade com sintomas emocionais da pandemia.

“Dos resultados, tivemos 446 formulários com múltiplos atendimentos e a produção de seis livros”, conta a coordenadora. Entre as publicações estão guias para psicoeducação, atividades na pandemia e o que fazer no pós-pandemia.

Veja a lista completa com os semifinalistas do Prêmio de Inovação Gabriel Mario Rodrigues.

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